Tabagismo e suas consequências
para o sistema imune
para o sistema imune
Com relação à imunidade celular, os fumantes de
longa data exibem uma taxa de leucócitos elevada de aproximadamente 30% a mais
que os não fumantes. Esse aumento está relacionado com a quantidade de
nicotina. Em fumantes moderados tem sido observado um aumento de neutrófilos
nos brônquios por conta dos componentes oxidativos presentes no cigarro
causando uma destruição do pulmão no enfisema, como também houve uma diminuição
de linfócitos TCD4 e TCD8, quando comparados com não fumantes.
A fumaça do cigarro afeta de várias formas os
estoques intracelulares de cálcio. A nicotina inibe as ligações
antígeno/anticorpos por meio do enfraquecimento da sinalização e da supressão
intracelular da resposta ao cálcio. Na imunidade humoral, há uma diminuição
sérica de até 20% dos níveis de IgA,IgG e IgM em fumantes, sendo reversível ao
parar de fumar, exceto a IgA que não volta a seu nível normal .O tabaco reduz
os níveis de complexo de histocompatibilidade de
classe 1, impedindo o reconhecimento de certos oncogenes pelo sistema imune.,
podendo assim, originar células tumorais que não sejam detectadas pelos
sistemas.
Um dos maiores componentes
da fumaça do cigarro é a nicotina e sua imunossupressão que é causada pela
diminuição do cálcio intracelular. O efeito agudo da nicotina não resulta em
mudanças na distribuição celular das células sanguíneas; já a exposição continua
provoca supressão mitogênica esplênica.
A nicotina pura não tem
nenhum efeito carcinogênico quando não associada a algum outro elemento do
tabaco. Os componentes do tabaco são: Hidrocarbonetos aromáticos policíclicos
(HAPs), glicoproteínas do tabaco (GPT), alcatrão e alguns metais, de modo
geral, possuem atividade estimulatória na fumaça do cigarro. Administração
aguda ou crônica da fumaça do tabaco podem tanto estimular quanto inibir a
resposta imune.
Assim, verifica-se que muitos são os malefícios causados pelo tabagismo nos mecanismos
de defesa do hospedeiro, bem como em seu sistema orgânico em geral. A principal intervenção no tratamento e prevenção destas consequências é o abandono do hábito que resulta em efeitos benéficos para a saúde geral do indivíduo.
Referência:
GIUSTI, André Luis. Interferência do tabaco no
sistema imunitário- estado atual e perspectivas- revisão da literatura. ConScientiae
Saúde, São Paulo, v. 6, n. 1, p.155-163, 2007.
Post de Rodrigo da Silva Barroso ( Equipe IMUNO ENSINA)
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