Zika Vírus e sua associação com a
Síndrome de Guillain-Barré
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A síndrome de Guillain- Barré (SGB) até pouco
tempo era desconhecida pela maioria dos brasileiros. Ganhou repercussão após a epidemia de Zika ou
febre Zika, um vírus no qual o seu principal transmissor é o mosquito Aesdes
aegypti.
O Zika vírus (ZIKV) é originado da África e
os sintomas mais comuns começam parecer
de 03 a 12 dias após a picada do mosquito que são: febre baixa,dores musculares
e articulares, dores de cabeça e nos olhos, e em alguns casos com erupções
cutâneas acompanhada de coceira.
A
síndrome de Guillain-Barré é desenvolvida por várias causas entre elas as
infecções virais. Foi relata pela primeira vez quando foi descrita por Guilain
Barré e Strohl, no ano de 1916 na primeira guerra mundial em dois soldados
franceses. A OMS relata que sua
incidência de 1 a 2 casos a cada 100 mil habitantes e pode acometer indivíduos
de qualquer faixa etária.
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A SGB é também conhecida como polirradiculoneuropatia idiopática aguda, trata-se de
uma doença adquirida autoimune causado
por uma inflamação, isso ocorre devido a SGB ser uma condição neurológica de
caráter autoimune que
desregulam o sistema imunológico que faz com que ocorra uma reação cruzada na qual o organismo produz anticorpos que
atacam o principal envoltório das fibras
nervosas chamado de bainha de mielina. Esse envoltório e constituído
basicamente por camadas de proteínas e lipídios
que funcionam como isolante elétrico que
permite uma condução rápida e eficiente dos impulsos nervosos. Os anticorpos
agem como se estivesse atacando o
agente invasor que iniciou a reação imune causando um bloqueio. Esta situação, afeta
os nervos periféricos que interfere na condução dos estímulos sensoriais e os
estímulos motores levando o individuo a perder a habilidade nos comandos, como
paralisias e sensibilidade da pele, dor e calor.
A associação do Zika vírus com a síndrome de
Guillain-Barré teve o inicio na Polinésia francesa e aqui no Brasil logo após a
alta incidência de pacientes infectados pelo Zika vírus em que todos os casos
diagnosticados pela síndrome tiveram infecção prévia pelo vírus Zika.
A doença (SGB) tem inicio súbito e agudo que
desenvolve em dias ou até horas e se caracteriza por fraqueza muscular
ascendente em que começa pelos membros inferiores
(pernas) subindo para os
membros superiores (braços) esta fraqueza pode ser variável em alguns
pacientes, podendo ser desde uma leve incapacidade de movimentação até a completa paralisia dos músculos, membros,
musculaturas da face, deglutição e respiratório.
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A forma de transmissão do vírus é pela picada
do mosquito Aedes aegypti, porém pode acontecer por meios de relação sexual, aleitamento
materno e via sanguínea. O diagnóstico da febre Zika é feito através de testes
sorológicos (exames de sangue) que consiste na pesquisa de anticorpos
específicos ao Zika vírus, como IgM /IgG
e PCR- Real Time. O paciente acometido pelo Zika vírus deve fica alerta
também aos sintomas da síndrome Guillain- Barré, que de modo geral tende a se
manifesta semanas após a infecção pelo Zika vírus.
O
tratamento da síndrome de Guillain-Barrré é feito através de plasmaferese que
se trata de um procedimento endovenoso que filtra o sangue, e na administração
de altas doses de gamaglobulina que são injeções de anticorpos contra os autoanticorpos
que estão atacam a bainha de mielina. Isso na fase aguda da doença, e
fisioterapia na fase de recuperação. O tratamento acelera a recuperação e
diminui os riscos de sequelas,
geralmente 15% dos casos da SGB apresentam algum tipo de sequela.
A
forma de prevenção da SBG causada pelo Aedes aegypti é impedir a proliferação
do mosquito com ações já conhecidas como: cobrindo tanques e evitar o acúmulo
de água em equipamentos de jardinagem ou em outros materiais que possam ser um
eventual criadouro do mosquito. O uso de mosqueteiros e roupas longas ajudam a
prevenir picadas. O uso de repelentes também é aconselhável.
REFERÊNCIAS
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with sensory polyneuropathy. Journal
of the Neurological Sciences, v. 369, p. 271-272, 2016.
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ORSINI, Marco et al. Síndrome de Guillain-Barré
pós-infecção por dengue: relato de caso. Rev
Neurocienc, v. 18, n. 1, p. 24-27, 2010.
Post de Ana Maria Nogueira (EQUIPE IMUNO ENSINA)