segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Zika Vírus e sua associação com a 
Síndrome de Guillain-Barré 


Fonte: Invivo - Fiocruz
  A síndrome de Guillain- Barré (SGB) até pouco tempo era desconhecida pela maioria dos brasileiros. Ganhou repercussão após a epidemia de Zika ou febre Zika, um vírus no qual o seu principal transmissor é o mosquito Aesdes aegypti.
  O Zika vírus (ZIKV) é originado da África e os sintomas mais comuns começam parecer de 03 a 12 dias após a picada do mosquito que são: febre baixa,dores musculares e articulares, dores de cabeça e nos olhos, e em alguns casos com erupções cutâneas  acompanhada de coceira.
 A síndrome de Guillain-Barré é desenvolvida por várias causas entre elas as infecções virais. Foi relata pela primeira vez quando foi descrita por Guilain Barré e Strohl, no ano de 1916 na primeira guerra mundial em dois soldados franceses.  A OMS relata que sua incidência de 1 a 2 casos a cada 100 mil habitantes e pode acometer indivíduos de qualquer faixa etária.
Fonte:Ponto Biologia
    A SGB é também conhecida como polirradiculoneuropatia idiopática aguda, trata-se de uma doença adquirida autoimune causado por uma inflamação, isso ocorre devido a SGB ser uma condição neurológica de caráter autoimune que desregulam o sistema imunológico que faz com que ocorra uma reação cruzada  na qual o organismo produz anticorpos que atacam  o principal envoltório das fibras nervosas chamado de bainha de mielina. Esse envoltório e constituído basicamente por camadas de proteínas e lipídios  que funcionam como isolante elétrico que permite uma condução rápida e eficiente dos impulsos nervosos. Os anticorpos agem  como se estivesse atacando o agente invasor que iniciou a reação imune causando um bloqueio. Esta situação, afeta os nervos periféricos que interfere na condução dos estímulos sensoriais e os estímulos motores levando o individuo a perder a habilidade nos comandos, como paralisias e sensibilidade da pele, dor e calor.
  A associação do Zika vírus com a síndrome de Guillain-Barré teve o inicio na Polinésia francesa e aqui no Brasil logo após a alta incidência de pacientes infectados pelo Zika vírus em que todos os casos diagnosticados pela síndrome tiveram infecção prévia pelo vírus Zika.
  A doença (SGB) tem inicio súbito e agudo que desenvolve em dias ou até horas e se caracteriza por fraqueza muscular ascendente em que começa pelos membros inferiores
Fonte:LatinPost
(pernas) subindo para os membros superiores (braços) esta fraqueza pode ser variável em alguns pacientes, podendo ser desde uma leve incapacidade de movimentação até a completa paralisia dos músculos, membros, musculaturas da face, deglutição e respiratório.
  A forma de transmissão do vírus é pela picada do mosquito Aedes aegypti, porém pode acontecer por meios de relação sexual, aleitamento materno e via sanguínea. O diagnóstico da febre Zika é feito através de testes sorológicos (exames de sangue) que consiste na pesquisa de anticorpos específicos ao Zika vírus, como IgM /IgG  e PCR- Real Time. O paciente acometido pelo Zika vírus deve fica alerta também aos sintomas da síndrome Guillain- Barré, que de modo geral tende a se manifesta semanas após a infecção pelo Zika vírus.
  O tratamento da síndrome de Guillain-Barrré é feito através de plasmaferese que se trata de um procedimento endovenoso que filtra o sangue, e na administração de altas doses de gamaglobulina que são injeções de anticorpos contra os autoanticorpos que estão atacam a bainha de mielina. Isso na fase aguda da doença, e fisioterapia na fase de recuperação. O tratamento acelera a recuperação e diminui os riscos de sequelas, geralmente 15% dos casos da SGB apresentam algum tipo de sequela.
  A forma de prevenção da SBG causada pelo Aedes aegypti é impedir a proliferação do mosquito com ações já conhecidas como: cobrindo tanques e evitar o acúmulo de água em equipamentos de jardinagem ou em outros materiais que possam ser um eventual criadouro do mosquito. O uso de mosqueteiros e roupas longas ajudam a prevenir picadas. O uso de repelentes também é aconselhável.

REFERÊNCIAS

MEDINA, Marco T. et al. Zika virus associated with sensory polyneuropathy. Journal of the Neurological Sciences, v. 369, p. 271-272, 2016.

CAO-LORMEAU, Van-Mai et al. Guillain-Barré Syndrome outbreak associated with Zika virus infection in French Polynesia: a case-control study. The Lancet, v. 387, n. 10027, p. 1531-1539, 2016.

WHITE, Martyn K. et al. Zika virus: An emergent neuropathological agent. Annals of Neurology, 2016.

LUZ, Kleber Giovanni; SANTOS, Glauco Igor Viana dos; VIEIRA, Renata de Magalhães. Febre pelo vírus Zika. Epidemiologia e Serviços de Saúde, v. 24, n. 4, p. 785-788, 2015.

FREITAS, André R. Ribas; VON ZUBEN, Andrea PB; ALMEIDA, Valéria Correia. ZIKA VÍRUS.

ORSINI, Marco et al. Síndrome de Guillain-Barré pós-infecção por dengue: relato de caso. Rev Neurocienc, v. 18, n. 1, p. 24-27, 2010.

Post de Ana Maria Nogueira (EQUIPE IMUNO ENSINA)


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